sexta-feira, 27 de maio de 2011

Encruzilhada


A vontade é gritar "Não dá mais!"
A vontade é gritar até sentir o sangue na garganta
A vontade é chorar até não sobrar mais nada
A vontade é se encolher e deixar a vida passar

As vontades são muitas, as opções tão poucas...é tão ruim crescer, deixar de ser criança e não poder mais deitar na cama, cobrir a cabeça e chorar a vontade, só esperando que logo vem aquela mão quentinha te acariciar e garantir que logo, antes mesmo do que você pode imaginar, essa dor vai embora e só os sorrisos permanecerão.

Como saber quando acabou?
Como saber quando não é um erro encerrar tudo de vez?

Queria estar certa do que vou fazer, pelo menos uma vez na vida.
Queria poder tomar uma decisão certa de que vou aguentar todas as consequências que serão trazidas.
Queria pelo menos saber o que fazer.

A solução mais simples acabaria com tudo. De vez, para sempre. Mas nem sempre a solução mais simples é a melhor, isso já aprendi com a vida.

Então o que fazer? Que caminho tomar, qual escolha fazer?

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Escape



Quero férias.
Da vida, do mundo, de tudo.
Cansei da faculdade, cansei do trabalho, cansei dos amigos, cansei do namorado, cansei da família.
Quero largar tudo, jogar pro alto mesmo. Ir até o aeroporto e pegar o primeiro avião pra bem longe daqui. Ou pegar um barco e sumir oceano afora.
O problema é que isso não ia ajudar nadica de nada. Porque, na real, tô cansada é de mim.
Devia ter algum jeito de pedir férias de si mesma.
Desligar a mente, desligar a auto-crítica, fazer pelo menos meu cérebro parar de me avisar que já estourei prazos, que tem gente esperando que eu faça a minha parte, que existem decisões a serem tomadas, textos a serem lidos, provas a serem feitas.
Queria desligar disso tudo.
Deitar no gramado lá fora e curtir o sol sem pensar que ele pode me causar um belo câncer de pele.
É como se, nessa ânsia de fazer tudo o que esperam de mim eu tivesse deixado de realmente viver nos últimos tempos e agora isso estivesse me sufocando.
Eu mesma me cobro tempo para viver de verdade, com calma, no meu ritmo, mas como fazer isso é o que me pergunto.
Talvez, no final das contas, fugir seja realmente a resposta. Quem sabe não é lá longe, observando uma Aurora boreal, enfrentando uma tempestade de areia no Saara, ou molhando os pés no Índico que eu finalmente encontre o meu jeito de viver.