terça-feira, 17 de junho de 2008

Descarrego pra não explodir rsrs

Tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo...situações que eu não posso controlar, fico me repetindo isso todos os dias, que certas situações eu não posso controlar e que preciso entender isso de uma vez por todas pra não tentar ficar doida.
Afinal, se eu pudesse controlar mais as coisas, teria mais tempo com Othon e, ao mesmo tempo, mais tempo para estudar direito, reduziria meu tempo no trânsito e aumentaria meu tempo de sono decente.

Cansada das coisas dando errado, mas, pensando em tudo que minha mãe sempre me disse, até em certas coisas que ela disse há menos de um ano, será que está certo insistir em certos pontos? Tem coisas que simplesmente não são pra ser e então, pq não ficar quietinha onde estou tão bem? Ok ok, tem conflitos, neuroses e algumas desorganizações que me incomodam, mas será que não é o melhor pra mim? Pelo menos tenho uma certa privacidade e um canto quente pra estudar de madrugada, além disso não vai ter ninguém reparando se comprei ou não uma caixa de chocolates, só pra desestressar (mesmo isso me fazendo ter malabarismos com o restinho do dinheiro hehe), ninguém vai reparar se eu ficar meia hora a mais que o normal no banho e, principalmente, ninguém vai dar festas que vão até as 5 da manhã, me impedindo de dormir direito e tendo que aguentar gente totalmente embrigada pelos corredores na manhã seguinte.
É, talvez o melhor seja colocar o que ganhei no bolso e ficar onde estou, mesmo que seja tremendamente desgastante depender economicamente de outras pessoas, por mais que eu as ame.

Agora é melhor eu voltar pra economia cubana do século XVIII, senão ferro com mais um semestre naquela faculdade!


Ah! Meu presente de dia dos namorados, perfeito, como eu já disse, sorte minha ter um namorado que sabe que eu gosto de sentimentalidades ^^

quinta-feira, 12 de junho de 2008

É cada uma que aparece...

Estava eu, tranquilamente lendo a crônica do Marcelo Rubens Paiva do último sábado (7/6) no Estadão, resolvi então abrir a página inicial para ver as notícias de hoje, lá encontro um link sobre duas adolescentes, uma de 15 e outra de 16 anos, aqui de São Paulo que tinham desaparecido na quinta e foram encontradas ontem a noite no interior de Santa Catarina.
Fui ler a matéria e, no final, me deparo com essa declaração da mãe de uma delas, a de 16 anos:
"Vamos conversar bastante quando ela chegar, bastante mesmo (...) Acho que ela fugiu porque achava o colégio muito opressivo, queria mudar de lá. Também acho que a Giovanna incentivou ela a fugir, não tem outra explicação. Acho que essa história deu muito pano para manga para ser discutido, muito assunto em pauta. Os pais não sabem o que os filhos pensam, não existe comunicação dentro da família, até que acontece algo como isso. Não vou colocá-la de castigo, isso não, mas vamos ter que conversar."

Leram a parte que eu grifei? Ok, agora me digam, é ou não absurdo?
Porque, das duas uma, ou ela considera a filha uma pessoa totalmente influênciável e sem personalidade, ou ela considera a filha uma santa que só foi com a amiga para protegê-la!
O final dessa história provavelmente não será divulgado na mídia, mas posso apostar como essa mãe vai afastar sua amada e preciosa filhinha da "amiguinha-má-influência" e muda-la de colégio, afinal ela está num "muito opressivo", mas afinal, o que é um colégio muito opressivo? Bem, como eu saí faz pouco dos meus 16 anos, acho que posso palpitar, provavelmente é um colégio em que ela tem que estudar bastante e não pode namorar, mas afinal, colégio é ou não pra estudar?
Outra coisa, com 16 anos é possível votar, ou seja, escolher quem vai governar sua cidade, quem vai fazer as leis, quem vai governar o país e, em alguns países, já é possível dirigir, será que também não é possível já escolher o que vai fazer da vida? Se vai ou não fugir, se vai ou não fingir que é maior de idade e tentar comprar bebida, se vai ou não usar anticoncepcional, se vai ou não transar e etc etc etc?
Como minha mãe sempre disse "Cada um enxerga o que quer", mas acho que, se a mãe dessa menina continuar enxergando o que está querendo atualmente, um dia vai se surpreender ainda mais com os atos da filha.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Amizade - gratuita e sem outras intenções

Conversas que giram entre namoros que deram errado, meninas neuróticas, solidão, suicídio, depressão, sexo, bebedeiras, Bjork, trilhas sonoras legais, filmes de Clint Eastwood, sexo, pessoas estranhas andando na rua, “vamos atropelar alguém”, provas e trabalhos, falar mal de gente que conhecemos, família e faculdade.
Engraçado, quando o conheci ele era uma pessoa muito mais quieta e estava bem mal, mas ainda assim nossa identificação foi imediata e falamos sobre coisas meio barra pesada, tipo suicídio e auto-flagelação, tudo naturalmente, acho que sacamos logo que ali estava alguém que entenderia tudo o que tínhamos pra dizer. Soube que ele ia prestar vestibular pro curso que eu já estava fazendo, desejei sorte e que dali alguns meses, eu pudesse sujá-lo um pouco de tinta.
Meses se passaram, não tive mais notícias, não peguei e-mail, telefone e só sabia seu primeiro nome, deixei as coisas seguirem. Saiu o resultado do vestibular, tinha uns quatro caras com o mesmo nome e, sem o sobrenome, não consegui descobrir se havia passado ou não, me restou torcer pra encontrá-lo algum dia.
Primeira aula de Ibérica desse ano, vi de longe e não tive certeza, também não veio falar comigo, achei que tinha me enganado.
Segunda aula, tinha que arranjar algum grupo de seminário, não agüentei e fui perguntar se ele era quem eu estava pensando, não só era, como também lembrava de mim. Sentei ao seu lado e logo fui apresentada para um outro rapaz, tão sem grupo quanto nós e, aos poucos, fomos arrecadando gente pro nosso grupo.
Semana seguinte, aula e mais conversas, biblioteca e depois perder a hora da aula conversando no estacionamento, final da história, novamente trazida em casa e no dia seguinte, matar aula pra ir a cervejada com ele e o outro moço tão-sem-grupo-quanto-nós. Risadas e mais risadas e ser deixada na porta de casa depois da meia noite.
Rotina de conversas cada vez maiores, apresentar amigas solteiras pra ele, torcer pra dar certo e consolar quando deu errado, ajudar a achar livros na biblioteca e trocar bilhetes durante os seminários pra espantar o tédio.
Durante as conversas, a sensação de que, ali estava alguém que nos entendia muito bem, que passava por muitos conflitos parecidos, que tinha altos e baixos (profundos), que se apaixonou e sofreu, que estava apaixonada e feliz, que não tinham uma vida perfeita, que muita coisa podia ser melhorada, mas que ainda assim, hoje as coisas eram menos difíceis por contarem com alguém que os entendia daquela maneira.
Se estavam apaixonados? Muito, mas não um pelo outro. O sentimento existente ali era algo ainda muito novo, mas que cheirava a fraternidade pura, daquele tipo que faz você esquecer se o outro ali em frente é ou não do mesmo sexo que você, porque, honestamente, isso não faz diferença, você se identifica com a mente daquela pessoa, não com seus feromônios.
Hoje ele é um rapaz que ri muito mais, tanto que, às vezes, ela tem que mandar ele ficar quieto. Parecem estar menos solitários, provavelmente porque sabem que se a atitude mais drástica for tomada, alguém, ao menos uma pessoa em todo o mundo, vai entendê-los, vai saber o porque disso e não vai ficar julgando se o que foi feito era ou não moralmente certo, porque só quem já carregou, ou carrega esse peso, pode entender o que se faz para se livrar dele.