quinta-feira, 12 de junho de 2008

É cada uma que aparece...

Estava eu, tranquilamente lendo a crônica do Marcelo Rubens Paiva do último sábado (7/6) no Estadão, resolvi então abrir a página inicial para ver as notícias de hoje, lá encontro um link sobre duas adolescentes, uma de 15 e outra de 16 anos, aqui de São Paulo que tinham desaparecido na quinta e foram encontradas ontem a noite no interior de Santa Catarina.
Fui ler a matéria e, no final, me deparo com essa declaração da mãe de uma delas, a de 16 anos:
"Vamos conversar bastante quando ela chegar, bastante mesmo (...) Acho que ela fugiu porque achava o colégio muito opressivo, queria mudar de lá. Também acho que a Giovanna incentivou ela a fugir, não tem outra explicação. Acho que essa história deu muito pano para manga para ser discutido, muito assunto em pauta. Os pais não sabem o que os filhos pensam, não existe comunicação dentro da família, até que acontece algo como isso. Não vou colocá-la de castigo, isso não, mas vamos ter que conversar."

Leram a parte que eu grifei? Ok, agora me digam, é ou não absurdo?
Porque, das duas uma, ou ela considera a filha uma pessoa totalmente influênciável e sem personalidade, ou ela considera a filha uma santa que só foi com a amiga para protegê-la!
O final dessa história provavelmente não será divulgado na mídia, mas posso apostar como essa mãe vai afastar sua amada e preciosa filhinha da "amiguinha-má-influência" e muda-la de colégio, afinal ela está num "muito opressivo", mas afinal, o que é um colégio muito opressivo? Bem, como eu saí faz pouco dos meus 16 anos, acho que posso palpitar, provavelmente é um colégio em que ela tem que estudar bastante e não pode namorar, mas afinal, colégio é ou não pra estudar?
Outra coisa, com 16 anos é possível votar, ou seja, escolher quem vai governar sua cidade, quem vai fazer as leis, quem vai governar o país e, em alguns países, já é possível dirigir, será que também não é possível já escolher o que vai fazer da vida? Se vai ou não fugir, se vai ou não fingir que é maior de idade e tentar comprar bebida, se vai ou não usar anticoncepcional, se vai ou não transar e etc etc etc?
Como minha mãe sempre disse "Cada um enxerga o que quer", mas acho que, se a mãe dessa menina continuar enxergando o que está querendo atualmente, um dia vai se surpreender ainda mais com os atos da filha.

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